Dont, é uma fanfic de Avenged Sevenfold, que comecei a escrever faz um bom tempo. A história é sobre uma garota cheia de problemas, depressões, abusos, drogas, entre outros. Ela está tentando recomeçar sua vida, quando tem uma recaída, e tenta um suicídio. Porém, quem lhe impede de tirar a própria vida, é Zachary, um assistente social/psicologo, é ele quem ajuda a garota a encontrar felicidade.
Bem, eu quis escrever sobre várias coisas que eu nunca havia escrito antes, eu me desafiei a isso. Quis fazer uma história diferente do que eu geralmente faço, algo fofo e romântico. Enfim, eu escrevi um capítulo e parou por ai rs. Caso queiram conferir, continue lendo!
Behind blue eyes.
A
chuva forte já havia encharcado todo o seu corpo, tremia tanto, que
chegava a bater os dentes um no outro. Talvez fosse o frio, ou talvez
fosse consequência da escolha que fizera mais cedo. Olhando para
cima, podia notar o quanto o céu estava negro, nem mesmo a lua era
vista. Um céu tão negro, quanto sua alma.
Caminhava
entre delírios, com os pés descalços, pensando no que havia
acontecido. Anos atrás, tinha planejado esse dia como uma vitória,
um recomeço onde só se teria alegria. Mas tudo deu errado, e tinha
voltado a estaca zero. Era muito fraca para poder seguir em frente,
não aguentaria sofrer por mais um ano, não aguentaria ver sua irmã
sofrer e não fazer nada. Mas estava de mãos atadas.
Não
lhe restava mais nada a não ser sofrimento.
. .
.
Passava
de carro pela ponte, em velocidade baixa, por causa da forte chuva
que caíra sobre a cidade. Estava distraído, ouvindo uma de suas
músicas preferidas, mas algo lhe fez olhar para fora do carro com
atenção.
Era
uma garota, caminhando na chuva, descalça e usando apenas uma
camisola. Seus cabelos eram branco e preto, eram longos alcançando
até sua cintura. Chegou a parar o carro, apenas para observá-la,
achou estranho o jeito que andava, tão calmamente, quando o mundo
parecia querer desabar em chuva. Mas a surpresa veio quando ela
passou pela grade de proteção da ponte, suas pequenas mãos
seguravam na barra de ferro, sem muita força. E então, olhou para
baixo.
Ela
ia se jogar.
Um
frio percorreu sua espinha. Sem pensar duas vezes, tirou o cinto de
segurança e saiu do carro. As gotas de chuva machucaram seu rosto,
mas correu até a garota.
– Moça! Por favor, não faça isso! – Gritou, enquanto se
aproximava. Mas ela continuou imóvel. – Por favor, me escute! Você
não precisa fazer isso...
– Me deixe em paz! – Gritou de volta, com um gemido sofrido.
– Não posso fazer isso, não posso deixar que acabe com sua vida
assim! – Com mais alguns passos, ele estava muito perto da garota,
mas não arriscou tocá-la. – Não é assim que você vai resolver
seus problemas, isso só vai trazer dor para as pessoas que te amam.
– Ninguém me ama! – Retrucou, soltando uma das mãos.
– Espere, por favor! – Segurou rapidamente em seu pulso,
impedindo-a de se jogar. Ela enfim lhe encarou. – Não faça isso.
Sei que tem alguém no mundo que te ama, você não pode desapontar
essa pessoa. Você não pode se desapontar, não faça isso com
você... É tão jovem, tem uma vida inteira para concertar seus
erros e ser feliz.
Ela chorou e soluçou. Tudo o que o homem havia lhe dito era verdade.
Havia alguém, uma última pessoa, que lhe amava. Não podia desistir
tão fácil assim!
– Por favor, me deixe te ajudar. – Pediu ele.
Sem dizer mais nada, ele a puxou, tirando-a da beira da morte.
Percebeu o quanto tremia, e por isso pegou-a no colo, na tentativa de
chegar mais rápido ao seu carro. Colocou-a no banco do carona e
passou o cinto por seu corpo. Entrou no carro e ligou o aquecedor,
esperando que a garota ficasse bem.
Durante o caminho, ela não falou muitas palavras, nem respondeu suas
perguntas, mas podia ver lágrimas silenciosas deslizando por suas
bochechas. E estava inquieta, mexendo-se como se estivesse
desconfortável.
– Você está passando bem? – Pergunta, preocupado. A garota
apenas balança a cabeça negando. – Quer que eu te leve em algum
hospital? – Ela negou novamente. Ele passou a mão no rosto dela,
percebendo o quão quente sua pele estava. – Você está com febre.
Onde é sua casa?
– Não tenho casa. – Responde, com a voz fraca.
Com a resposta, ele fez o caminho de sua casa. Não poderia deixar a
garota em um lugar qualquer, não com febre e com pensamentos
suicidas. Não demorou muito, e logo já estava estacionando na
garagem de sua casa.
Saiu do carro e deu a volta, para tirar a garota, mas assim que abriu
a porta, foi recebido com um jato de vômito. Seu tênis estava
nojento, mas não deixou que isso desviasse sua atenção da garota.
Pegou-a no colo novamente e com certa dificuldade, abriu a porta de
sua casa.
Levou-a direto para o banheiro e colocou-a sentada no vaso. Ligou a
torneira da banheira, tendo cuidado para não deixar a água muito
quente. Deu uma breve olhada na garota, ela parecia delirar, com os
olhos distantes e mexia a cabeça sem parar.
– Ei... Eu sei que é uma situação estranha mas, eu só estou
querendo te ajudar, certo? – Diz, se ajoelhando em frente a garota.
– Meu nome é Zachary, mas você pode me chamar de Zacky. Como você
se chama?
– Lizbeth. – Ela responde.
– Você tem um nome muito bonito. – Zachary sorriu levemente,
tentando passar alguma segurança para a garota. – Lizbeth, você
está com febre, precisa tomar um banho morno para baixar a
temperatura. Você consegue fazer isso sozinha?
– Me sinto... Mole... – Ela balança a cabeça e fecha os olhos
com força. – Não tenho forças.
– Tudo bem, eu vou te ajudar. – Zachary respirou fundo e esticou
os braços em sua direção.
Percebeu que Lizbeth ainda chorava, porém tinha os olhos fechados.
Zachary exitou antes de tocar na garota, ficou um pouco assustado
pelo que estava vendo agora. A pele extremamente branca de Lizbeth,
tinham marcas por quase toda parte. Nos braços, marcas de mãos
grandes, vermelhas e bem recente, e vários furos próximos a sua
veia, um deles estava recente.
Lizbeth era viciada, disso teve certeza.
Mas as marcas em seu corpo diziam que ela fora vítima de maus
tratos, conhecia muito bem, pois lhe dava com isso quase todos os
dias. Por isso, tentou ignorar o que via.
Tentou não tocar em sua pele, enquanto tirava a camisola que usava.
Rapidamente, pegou-a no colo mais uma vez, e colocou-a dentro da
banheira.
– Vou arrumar uma roupa confortável pra você. – Disse
calmamente.
. . .
Já tinha ajudado Lizbeth a se vestir e havia lhe dado um remédio
contra a febre. Agora ela estava dormindo, mas tinha o sono agitado e
falava muitas coisas enquanto dormia. Zachary não conseguiu
compreender a maioria delas, mas seja o que fosse, ele sabia que era
algo que lhe deixava triste. Ela acordou algumas vezes, chorando do
mesmo jeito silencioso, e logo depois voltava a dormir.
Zachary ficou ali, velando seu sono, lhe acudindo quando era preciso.
Não conseguia dormir, deixou seu pensamento vagar sobre a garota que
havia conhecido hoje. Se contasse a seus amigos, o chamariam de
louco, abrigar alguém desconhecido e drogado, bem, o caso era
diferente. Lizbeth estava prestes a tirar a própria vida e estava
sofrendo muito. Tinha certeza que por trás dos lindos olhos azuis,
ela escondia uma história triste. Conhecia olhares assim, pois fazia
parte de seu trabalho. Concluir todo esse pensamento, só o fez
querer ajudá-la ainda mais.
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