Maneater
Mais uma para a lista "à terminar". Eu já tinha escrito essa história algumas vezes antes de meu computador queimar, tinha escrito como uma fanfic de Avenged Sevenfold. Mas ultimamente eu estou bem na onda de escrever originais, resolvi escrevê-la com personagens originais. Enfim, curtam ai o primeiro capítulo!
Iara Ventura. Eu me lembro bem dela, apesar de ter passado pouco tempo junto da garota. Eu me lembro das vezes que ela vinha para passar as férias com seu pai, na época eu ainda morava com a minha mãe então eu convivi com ela por alguns dias, afinal ela é filha de meu padrasto. Eu me lembro de como era divertida e encantadora, ela sempre adorou dançar e não conseguia ficar parada ao ouvir uma musica. Lembro do quanto era bonita e de como era diferente. A pele negra e olhos claros chamavam a atenção de qualquer um, e eu não seria hipócrita em dizer que ela não chamava a minha atenção também. Eu me lembro, que quando a garota tinha quinze anos e veio para uma visita, eu já era um rapaz e mesmo assim sentia um interesse enorme por ela, Iara, mesmo sendo nova na época, era linda, uma garota de para o trânsito, e isso sempre acabava da pior maneira quando saíamos para algum lugar, eu sempre acabava brigando com algum idiota que dava em cima dela, e isso, eu nunca suportava. Não na minha frente.
Talvez seja por isso que eu esteja tão nervoso agora, a última vez que a vi ela tinha dezesseis, agora se passaram oito anos. E assim, de repente, seu pai avisa que ela está vindo para morar com ele. Todos estavam feliz, claro, seu pai, Wesley, estava tão contente que ralhou com todos ao redor, ele queria tudo perfeito para a chegada de sua princesa. E eu... Bem, passei dias apreensivo por conta disso, lembrando da ultima vez que nos vimos, e na última briga que tinha arrumado por ela, quando um rapaz batizou sua bebida e a carregou para um quarto a força, ela passou a noite inteira chorando e me agradecendo por tê-la salvado.
Eu fiquei responsável de vir buscá-la no aeroporto, porque seu pai teve um imprevisto, um caso importante para resolver no tribunal, ser um dos melhores advogados exigia muito dele. Minha mãe não sabia dirigir, então eu me propus a vir. Ficava imaginando como ela estaria agora. Eu não tinha redes sociais, e ainda sim, eu não a procurava na internet, seu pai não falava muito dela, tiveram uma briga por causa da profissão que ela escolheu. Mas agora, tudo parecia ter mudado. Wesley disse que aconteceu algo com ela, algo realmente terrível, Iara não suportou ficar onde morava, e por isso estava vindo para cá.
Minhas mãos começaram a suar quando vi as pessoas do voo em que ela estava, começarem a aparecer. Porra, eu não acredito que eu, um cara com quase trinta anos, estou nervoso por causa de uma garota! Revirei os olhos, querendo me chutar.
Então eu a vejo.
Deus!
Ela tinha crescido! E como!
Iara estava mais linda do que eu lembrava. Os cabelos negros alcançavam a cintura, muito maior do que eu lembrava. Ela usava uma blusa de alcinha amarela, que destacavam o volume de seus seios, e uma calça jeans apertada que moldurava sua cintura fina. Ela está linda. Meu subconsciente me gritava que eu teria problemas e arranjaria muito mais brigas por causa dela.
— Jonathan! — Ela sorriu, com aqueles lábios carnudos e brilhosos. — Caramba, quanto tempo!
— Oi Iara! Nossa você tá... — Eu pisquei, porra eu tinha que me controlar. — Grande!
Ela riu, abrindo os braços e me puxando para um abraço. E merda, eu não deveria ter correspondido, porque ela cheirava bem para caralho, e seu corpo gostoso perto de mim, não era algo sensato a se fazer.
— Você não cresceu quase nada. — Ela afastou o rosto e fingiu uma expressão de tristeza.
— Estou mais alto que você! — Revirei os olhos. — Deixa eu pegar suas malas.
Eu me afasto, pegando suas malas como se fossem a coisa mais interessante do mundo.
— Como você está? Papai me disse que você abriu uma academia depois que deixou o exercito. — Ela comenta, caminhando ao meu lado.
— É. Meus amigos e eu achamos que seria interessante...
— Então, como está sendo?
— Muito bom. Temos aulas de defesa, você poderia participar.
— Talvez. — Ela deu de ombros.
Eu imediatamente me arrependi de ter feito a proposta, afinal eu conhecia bem meus amigos e sabia que eles cairiam matando em cima dela. Parabéns, imbecil! Coloquei as malas dela no porta malas e então pudemos entrar no carro. Logo eu comecei a dirigir.
— E você, me conta? Como está? O que tem feito?
— Bem... — Ela respirou fundo e eu vi seu sorriso desmanchar um pouco. — Nada tão interessante. Eu me formei em administração, mas eu dava aulas de canto...
— Tudo o que você sempre quis.
— É. Mas papai não ficou muito feliz com isso. Ele pensou que eu fosse ser uma super advogada como ele. Ew. — Ela fez careta.
— Essa profissão não é para você, você tem a memória da Dori! Nunca conseguiria gravar todas aquelas leis... — Comento rindo e ela concorda. — E sua mãe? Está bem com isso, de você vir morar aqui? Quer dizer, eu sei que ela tem um ciumes do caralho...
— Ela está bem, ficou triste no começo, mas acabou entendendo. — Iara desviou o olhar. — Eu queria ficar longe. Bem longe.
Estranhei seu tom de voz. Ela não parecia muito feliz, eu imaginei que seu humor, estivesse relacionado com o que aconteceu. O fato misterioso que nem seu pai sabia muito.
— Ei, quer conversar sobre isso? Eu sei que passamos muito tempo longe mas, você sabe, seu sou bom com conversar...
— Não, você é bom em brigar... — Ela me encarou erguendo a sobrancelha.
— Não era minha culpa! — Revirei os olhos. — Algum idiota sempre achava que podia dar em cima de você! E você sabe, seu pai me mataria se eu não fizesse nada.
— Claro... — Ela balançou a cabeça.
— Mas estou falando sério, Iara, sempre fomos amigos, se você quiser conversar.
— Valeu Jon. — Ela deu um pequeno sorriso e voltou a olhar para a janela.
Eu adorava quando ela me chamava assim, mas ela não queria conversar sobre o que havia acontecido, eu entendia e não queria forçar. Liguei o rádio, em uma estação que tocava hip hop, porque eu sabia que Iara gostava, a voz de Iggy Azalea invadiu o carro, Iara mexeu os ombros e virou em minha direção, sorrindo. Logo ela cantava mexendo as mãos e os ombros.
Eu apenas dei um pequeno sorriso, enquanto ela se divertia.
A viagem para casa foi divertida, eu não me sentia tão solto a anos. Nós conversamos, ela me contou um pouco sobre como sua vida no Brasil era e disse que não sentiria falta de lá. Ela me perguntou coisas sobre meu tempo servindo no exercito, e apesar de não me sentir confortável com isso, eu respondi. Afinal, eu ainda não sabia dizer não aos seus pedidos, era assim desde que a conhecia.
— Pâmela! Que saudades! — Iara abraçou minha mãe e beijou seu rosto.
— Menina, como você está linda! — Minha mãe passou a mão por seu rosto.
— Obrigada tia. Acho que puxei ao meu pai! — Ela riu.
— Eu acho que não! — Murmurei rindo e puxando as malas para dentro da casa.
— Como você está? A viagem deve ter sido muito cansativa!
— Estou bem tia, pra falar a verdade, estou com fome. — Iara piscou os olhos, do jeito que fazia para convencer a todos.
— Ah, eu preparei o jantar, tudo o que você gosta... Venha querida! — Minha mãe a puxou pela mão.
— Gostaria que tivesse me mimado assim também! — Reclamei, erguendo a sobrancelha.
— Não seja chato, Jonathan! — Mamãe revirou os olhos.
— Jon sempre teve ciumes de mim! — Iara mostrou a língua, como uma criança.
Eu apenas balancei a cabeça e me sentei ao seu lado. A mesa já estava servida, havia frango assado, brócolis, arroz e purê de batata. Meu estômago roncou.
— Podemos comer, seu pai não vai se importar, daqui a pouco ele chega. — Minha mãe sentou-se na ponta.
Então começamos a comer, e minha mãe falava sem parar sobre as burradas que eu havia feito, inclusive da vez que eu achei que tinha engravidado uma garota. Pelo menos serviu para Iara sorrir.
Quando Wesley chegou, Iara saltou da cadeira e correu até seu pai, lhe abraçando com força. Ela chorou e soluçou, como se estivesse prendendo isso a tempos.
— Ei, princesa, tudo bem... — Wesley beijou a testa da filha e acariciou seus cabelos. — Não chore, me corta o coração.
— Desculpe... Eu só estava com saudades! — Ela se afastou, colocando um sorriso no rosto, que todos percebemos ser forçado. — Você está bonitão, Morpheus!
— Ei, não começa, garota! — Wesley riu.
Iara limpou as lágrimas e voltou a sentar ao seu lugar. Eu quis lhe abraçar também, quis saber o que se passava com ela, eu queria saber de seus problemas e resolve-los a qualquer custo.
Eu respirei fundo. Mal participava da conversa, vez ou outra eu encarava Iara enquanto ela falava, eu via seus lábios se movendo e seus olhos brilhando, o jeito que ela jogava os cabelos para trás, enterrando os dedos em seus fios negros e inclinando a cabeça para o lado.
Porra! Eu não era mais a merda de um rapazinho enfeitiçado! Eu era um homem! E por mais linda que Iara tenha ficado, eu nunca poderia tê-la para mim.
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